top of page

Fundamentos Teóricos 

        O projeto "Experienciar": Vivências da Infância, considera e reconhece as crianças como agentes sociais, ativos e criativos, que produzem as suas próprias e exclusivas culturas infantis, enquanto, simultaneamente, contribuem para a construção da sociedade em que vivemos. É justamente por as reconhecermos como sujeitos protagonistas do mundo é que fazemos das palavras de Arroyo nosso norte, para direcionar cada atividade, pensada e planejada com e para as crianças. Como destaca Arroyo (1999) [...] a infância (e as crianças) pedem passagem. Pedem nossa atenção. Pedem que a reconheçamos como sujeitos sociais e culturais". 

          E indo em direção ao nosso sul, destacamos a percepção de Sarmento (2011) quando afirma que precisamos perceber as crianças como atores sociais de seu processo de socialização, sujeitos que se comunicam, expressam os seus sentimentos, os seus quereres, as suas frustrações, sujeitos que, produzem cultura na interlocução com as diferentes gerações e contextos sociais. Por isso, construímos este projeto pautado na certeza de que, cabe a nós como educadores e também como centro de educação Infantil municipal:  


[...] assegurarem a criança o direito ao exercício de todas as suas formas de expressão, possibilitando-lhe diversificadas vivências e contribuindo para sua formação como ser humano participante da sociedade em que vive. Angotti (2008, p. 20).


          Assim, o leste desta proposta direciona-se a compreensão de que, precisamos superar a visão autocêntrica em relação à criança, respeitando o que a criança é, e não o que vai ser quando crescer. Respeitando a  sua infância como momento presente e não o vir a ser. A Educação Infantil, seus espaços e rotinas educativas devem ter como foco a criança e não o adulto. Mais cheia de criança e mais vazia de adulto. 

         Salva (2016) sobre isso afirma que precisamos superar a visão adultocêntrica que temos da criança, da infância e do brincar, para que possamos parar de submeter a criança apenas ao tempo da máquina relógio. “Priorizar o tempo da vida é exercitar a tolerância da espera do adulto para privilegiar o tempo da criança” (SALVA, 2016, p. 323).                 Muitos são os desafios e as lutas que precisamos trilhar na Educação Infantil e esta é uma luta efetiva do projeto "Experienciar" construir a consciência coletiva da sociedade e dos professores de educação infantil através de experiências e vivências que contribuam para que a sociedade em geral compreenda a importância do brincar e da ludicidade no desenvolvimento integral da criança, vindo a reconhecer a infância como uma das principais fases de desenvolvimento do ser humano. 

         Por fim, destacamos o ao olhar para o Oeste, o aporte teórico que estrutura este projeto, esta alicerçado ao brincar e pauta-se na perspectiva da Escola histórico-cultural de Vigotski (1988, 1996, 1998, 2005, 2009, 2021), Leontiev (1978, 2010), Elkonin (1998), Mukhina (1995), Prestes (2019, 2021), Pino (2005), que dão suporte as atividades do projeto "Experiênciar". Pois, compreendemos que, brincar é aprender, desenvolver-se, movimentar-se, interagir, conhecer a si mesmo e ao outro, é dinamismo, conflito, dialética, conhecimento, atitude, valores, desvendamento, compreensão e transformação do mundo a nossa volta, ou seja:

 
                        “[...] é o resultado de relações interindividuais, 
                          portanto, de cultura. 
                          Não existe na criança de forma natural. A brincadeira 
                           pressupõe uma aprendizagem social. 
                           Aprende-se a brincar.”   (BROUGÈRE, 1998, p. 102).


        Segundo Elkonin (1998), o conteúdo do jogo infantil está relacionado com a vida, o trabalho e a atividade dos membros adultos da sociedade. Interagindo e brincando com outras crianças, vão aprendendo relações e conceitos do mundo físico e social; Através do jogo a criança se comunica com o mundo; O brincar é fonte de aprendizagem. O brincar de faz de conta não só é importante como é uma necessidade para a criança; Elkonin (1998, p. 397) “[...] o jogo de papéis é um importantíssimo meio de Educação Infantil”.
          Para Vygotsky a brincadeira de faz de conta é atividade-guia do desenvolvimento da criança de 4 a 7 anos. Ao brincar de faz de conta, a criança não somente dá sentido às suas ações físicas, como também (re)descobre o significado cultural da infância e do ser criança. Trata-se de uma atividade humana de construção social e conjunta de sentido que requer cumplicidade e cooperação, inclusive, para a existência da própria infância. “Por meio do jogo, as crianças conhecem a vida social dos adultos, compreendem melhor as funções sociais e as regras pelas quais os adultos regem suas relações” (MUKHINA, 1995, p. 160).
        Segundo Vigotski (2021) a brincadeira infantil é a atividade social da criança, pois a criança aprende nas interações sociais, ou seja, por meio da representação de diferentes papéis conhece o mundo a sua volta. O jogo dramático como atividade principal no processo de periodização do desenvolvimento infantil –Mukhina
Com Mukhina aprendemos que é “Por meio do jogo, as crianças conhecem a vida social dos adultos, compreendem melhor as funções sociais e as regras pelas quais os adultos regem suas relações” (MUKHINA, 1995, p. 160). É na atividade lúdica, na brincadeira e jogo que as qualidades psíquicas e individuais da criança se desenvolvem intensamente. A partir deste, desenvolve-se a atenção ativa e a memória ativa.

     A criança obriga-se a concentrar-se e memorizar. É um passo para o pensamento abstrato. “O jogo é o fator principal para introduzir a criança no mundo das ideias” (MUKHINA, 1995, p. 165). No jogo, a criança desenvolve sua linguagem comunicativa e sua imaginação. O pré-escolar começa a estudar brincando. O estudo é para ele uma espécie de jogo dramático com determinadas regras.
     Este suporte teórico nos leva a compreender que as  crianças precisam ser olhadas, ouvidas em suas múltiplas linguagens, tornando, assim, uma realidade o ciclo humano, infância. Uma realidade a ser conhecida. Segundo Vasconcellos (2016), não basta olhar o que as crianças fazem. É preciso atentar para como interpretam o que fazem. Segue afirmando que se a função da pesquisa é provocar o pensamento, tal como a brincadeira, ela é imprevisível (VASCONCELLOS, 2016).

       Na verdade, precisamos aprender a olhar, a observar, com ética, aprender que não devemos observar nada isoladamente, e sim a cena em seus contextos, e essa foi nossa com as atividades desenvolvidas através do projeto "Experiência", proporcionar momentos de protagonismo através de historias, da música, da arte de fazer fazendo na educação Infantil. Proporcionando experiências e vivências que transbordem a essência da criança e da infância.  

          E estas experiências nós levaram ao encontro das próprias crianças, ao passo que a criança retrata em suas vozes, em seu brincar, em suas ações, em seus gestos, em seus desenhos, enfim, em seus diferentes modos de ser e estar todo seu mundo infantil, e assim vislumbramos a produção de suas relações sociais e culturais, trazendo suas condições de existência de ser criança, uma complexa pluralidade cheia de singularidades diferentes do ciclo humano adulto. 

Por fim, de norte a sul, de leste a Oeste a direção deste projeto é a criança e suas infinitas possibilidades de ser infância

Projeto Experiênciar Vivências da Infância_edited.jpg
IMG_20211021_093435_edited.jpg
IMG_20210922_140450.jpg
P1030916_edited.jpg

"As experiências das crianças não cabem em uma folha A4"
 

Altino José Filho

49999239939

coordenadora
Tamires

  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn
  • Instagram
bottom of page